Este texto não teve nenhum tipo de revisão!
DIRETO DAS SOMBRAS
Meu nome é Peggy e eu fiz algo terrível.
Quando você é uma adolescente, você quer tudo. Tudo de tudo, então quando o seu grupo de amigas quer brincar de bruxaria, acabamos por fazer justamente isso. Eu e minhas três amigas – Ellie, Gemma e Ashley, pensávamos que estávamos fazendo justamente isso... que iríamos brincar e beber e tudo estaria perfeitamente bem pela manhã.
Não foi isso que acabou acontecendo.
Algumas horas atrás...
O carro do pai alcoólatra de Ashley era velho, e quando eu digo velho é realmente velho. Então a nossa viagem para as montanhas desaparece por completo quando o carro para de funcionar em uma estrada deserta. Estávamos no meio do nada, mas o homem do reboque acabou nos encontrando. Assim que colocamos os nossos pés dentro do hotel de estrada chamado Hotel 21, uma tempestade horripilante tomou conta de cada canto escuro. Foi nesse momento que um arrepio percorreu a minha espinha, fazendo meu corpo todo tremer. As minhas amigas não perceberam pois estavam pirando pela péssima recepção da internet em seus iPhones.
- Eu vou com certeza colocar isso no instagram – resmungou Gemma, apontando sua câmera para uma parte mal cuidada do hotel.
- E a legenda pode ser “Hotel feito para filmes ruins de terror” – disse Ellie e logo um trovão caiu, fazendo o chão tremer e as luzes piscarem. – Deus, hoje é Halloween? Por favor me digam que hoje não é Halloween. Eu detesto Halloween!
- Hoje não é Halloween – eu disse mais para não ficar calada do que afirmar o que todas já sabiam.
- Parem de dizer Halloween! – Ashley praticamente gritou, atirando a sua mochila no chão. Ela estava claramente abatida com a nossa situação, mas eu sabia que ela estava preocupada com o carro quebrado de seu pai nada compreensível e de quanto a reparação do carro sairia.
- Você acabou de dizer – Ellie retrucou e Ashley apenas revirou os olhos e cruzou os braços.
Depois de alguns minutos de espera na pequena recepção do hotel, seguimos para o nosso quarto.
- Hoje realmente não é o nosso dia de sorte, é? – perguntou Gemma quando o nosso grupo cansado parou diante da porta que tinha o número 13.
Ouvi suspiros atrás de mim enquanto colocava a chave na fechadura e abri a porta. Não houve necessariamente um choque quando o quarto foi revelado, mas a pobreza do lugar ficou cravada em cada uma de nós. Havia duas camas de casal, um único criado-mudo e só!
- Pelo menos temos um banheiro no quarto – eu disse, tentando ser um pouco otimista.
- Estou surpresa de o banheiro não estar dentro do quarto...do lado das camas – suspirou Ashley.
- Não temos nem uma mesa para comer ou jogar cartas – Gemma disse tristemente.
- Duh, é para isso que servem as camas e o chão – Ellie sussurrou, mas o seu jeito sarcástico e brincalhão sempre tirava um sorriso de nossos rostos, até em momentos como aquele.
Apesar da tempestade, conseguimos pedir uma pizza e depois que a janta, misturada com gargalhadas e brincadeiras, se acabou restou apenas quatros jovens garotas de dezessete anos sentadas e deitadas em uma surrada cama de casal.
- O que está passando em sua mente, Peggy? Está tão calada – Ellie perguntou enquanto alisava os cabelos loiros e crespos de Ashley que estava com a cabeça deitada em seu colo.
Mordi o lábio inferior e suspirei.
- Encontrei uma coisa no porão hoje e não sei do que pensar a respeito – respondi sinceramente, atraindo todos os olhares cansados sobre a cama.
- O que é? – perguntaram Gemma e Ashley ao mesmo tempo, enquanto que Ellie me atirava um olhar ansioso por mais respostas.
- Está bem. Está bem – acalmei-as e levantei-me. Assim que encontrei a minha mochila dentre quatro delas, pesquei um livro escuro e pesado. Voltei a sentar na cama e as minhas três amigas endireitaram-se em seus respectivos lugares e praticamente comiam o que eu tinha nas mãos com os olhos. – É um livro, mas não necessariamente um livro.
- Explique-se, mulher – Ellie murmurou, obviamente perguntando o que as outras queriam perguntar.
- Olhem – disse e abri o livro ao meio, onde acabou por revelar duas páginas amarelas com várias coisas escritas à mão. Folhei algumas páginas e revelei mais escrituras estranhas. – É um livro antigo, escrito por várias pessoas. – Fechei o livro e abri na primeira página, onde estava escrito à mão O Livro das Sombras de Mary Ann Delacroix. E bem no final da página estava a data 1403.
- É um livro de feitiços! – disse Gemma, quase pulando de seu lugar de tão animada.
- Eu sei – murmurei, franzindo o cenho. – É por isso que é tão estranho. O que um livro de feitiços de 1403 estava fazendo no meu porão?
Houve alguns segundos de silêncio até que Gemma arrancou o livro das minhas mãos e começou a folhar o livro das sombras em uma fascinação evidente.
- Vamos fazer um feitiço! – ela disse. – Vamos invocar alguma coisa.
- O quê?
- Você está maluca?
- Porque não? O que mais vamos fazer hoje à noite? – Ashley murmurou, pegando a atenção de todas. A sua voz havia saído abatida, como se ela não tivesse nada a perder. – Nós decidimos fazer essa pequena viagem para relaxar antes das finais da escola. Que diferença um feitiço irá fazer em nossas vidas?
Em um piscar de olhos estávamos todas sentadas no chão formando um círculo enquanto o livro encontrava-se aberto no meio de todas nós. A tempestade pareceu piorar, a chuva começou a bater violentamente contra a janela de nosso pequeno quarto. As luzes piscaram e se apagaram.
- Isso sim é um clima de fazer um feitiço – disse Ellie enquanto pegava o seu celular e então ativou o modo lanterna. – O livro é seu Peggy, você começa e nós seguiremos você com o encantamento.
O feitiço de invocação constava em apenas duas linhas em latim, e como eu estudava latim duas vezes por semana desde os cinco anos de idade, as palavras saíram facilmente de minha boca. Eu disse o verso sozinha três vezes, e logo depois as garotas pegaram o ritmo e juntas dissemos o verso dez vezes, assim somando em treze.
Se o arrepio que eu havia sentido mais cedo havia mexido comigo, o que me atravessou naquele momento abalou o meu espírito. Mal as palavras haviam saído da minha boca e eu sabia que aquilo era uma má ideia. A pior ideia que alguém poderia ter imaginado. O chão tremeu, literalmente tremeu, e o nosso círculo se ascendeu como o sol. Eu e minhas amigas gritamos e protegemos nossos rostos, mas logo um calor insuportável penetrou em meus ossos. A luz foi diminuindo de intensidade, mas enquanto isso...
- Você se atreve a invocar-me novamente, Delacroix? – uma voz profunda e horripilante encheu o quarto.
Então o vento começou. Quando enfim consegui abrir os olhos, encontrei um buraco que queimava diante de mim, enquanto uma sombra escura o preenchia. As minhas amigas estavam com seus olhos esbugalhados e suas bocas abertas de espanto em seus receptivos lugares enquanto seus cabelos voavam por causa do vento. A sombra era escura, tão escura que não conseguíamos distinguir de nada a sua aparência. Eu imaginava que assim como eu as minhas amigas estavam petrificadas e não podiam mexer um único músculo de seus corpos.
- Eu n-não... eu não s-sou... – tentei dizer, raciocinar, mas era difícil.
- Você é uma descendente dela, portanto é uma Delacroix. E como eu disse a ela na última vez em que fizemos um pacto, tenho que cumprir as minhas próprias palavras – sua voz saiu como uma lâmina afiada, pronta para atacar.
- Por favor, não. Eu não sabia. Nós não sabíamos! – gritei, agora um pouco mais confiante diante de uma ameaça sobrenatural.
- Quem brinca com bruxaria negra, é isso que se recebe. E como eu acabei de dizer, descendente de Mary Ann Delacroix, farei você sofrer.
Então, aconteceu. Como se o próprio Grim Reaper em pessoa houvesse adentrado em nosso quarto de hotel, uma lança afiada apareceu nas mãos da sombra e com um único golpe circular cortou a garganta de Ellie, Gemma e Ashley, minhas melhores amigas. Alguns pingos de sangue atingiram o meu rosto enquanto o horror atingiu-me diretamente em meu peito. Elas não tiveram tempo nem de gritar, apenas caíram de lado, mortas.
Minha garganta então começou a fechar e houve um bloqueio total para o ar passar para os meus pulmões. Eu não tinha asma ou nenhum problema desse tipo, mas logo ficou óbvio que isso não era uma enfermidade, mas sim uma consequência. Ele estava fazendo isso comigo. Não durei muito tempo, em questão de segundos eu também estava morta, mas ao contrário do destino de minhas amigas, o meu acabou por ser muito pior.
Atualmente...
Sou um fantasma, ou algo parecido com um fantasma, nem eu mesma sei. Apenas sei que estou presa no Hotel 21 para toda a eternidade. Eu, Peggy Sanders, acabei por tornar este hotel moribundo em uma tocha para acontecimentos sobrenaturais. Eu o tornei o próprio pesadelo. Estou presa nele enquanto vejo centenas de pessoas sofrerem por causa de minhas estúpidas decisões. Estou presa no passado, no presente e no futuro enquanto centenas de cenários diferentes se envolvem ao meu redor. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, inclusive aquela noite, em que minhas amigas queridas morreram por minha causa. O demônio tinha razão, ele estava me fazendo sofrer, mas eu sofria por algo que eu nem ao menos sabia o porquê.
Obrigado pelo aviso Mary Ann Delacroix. Muito obrigado por não ter arrancado aquela página do seu livro das sombras. Obrigado para minha própria família por não ter me contado que eu possuía sangue real de bruxas em minhas veias. Obrigado por me contarem tudo. Obrigado pela verdade que me deram para viver a minha vida... Só que não!
Quando você é uma adolescente, você quer tudo. Tudo de tudo, então quando o seu grupo de amigas quer brincar de bruxaria, acabamos por fazer justamente isso. Eu e minhas três amigas – Ellie, Gemma e Ashley, pensávamos que estávamos fazendo justamente isso... que iríamos brincar e beber e tudo estaria perfeitamente bem pela manhã.
Não foi isso que acabou acontecendo.
Algumas horas atrás...
O carro do pai alcoólatra de Ashley era velho, e quando eu digo velho é realmente velho. Então a nossa viagem para as montanhas desaparece por completo quando o carro para de funcionar em uma estrada deserta. Estávamos no meio do nada, mas o homem do reboque acabou nos encontrando. Assim que colocamos os nossos pés dentro do hotel de estrada chamado Hotel 21, uma tempestade horripilante tomou conta de cada canto escuro. Foi nesse momento que um arrepio percorreu a minha espinha, fazendo meu corpo todo tremer. As minhas amigas não perceberam pois estavam pirando pela péssima recepção da internet em seus iPhones.
- Eu vou com certeza colocar isso no instagram – resmungou Gemma, apontando sua câmera para uma parte mal cuidada do hotel.
- E a legenda pode ser “Hotel feito para filmes ruins de terror” – disse Ellie e logo um trovão caiu, fazendo o chão tremer e as luzes piscarem. – Deus, hoje é Halloween? Por favor me digam que hoje não é Halloween. Eu detesto Halloween!
- Hoje não é Halloween – eu disse mais para não ficar calada do que afirmar o que todas já sabiam.
- Parem de dizer Halloween! – Ashley praticamente gritou, atirando a sua mochila no chão. Ela estava claramente abatida com a nossa situação, mas eu sabia que ela estava preocupada com o carro quebrado de seu pai nada compreensível e de quanto a reparação do carro sairia.
- Você acabou de dizer – Ellie retrucou e Ashley apenas revirou os olhos e cruzou os braços.
Depois de alguns minutos de espera na pequena recepção do hotel, seguimos para o nosso quarto.
- Hoje realmente não é o nosso dia de sorte, é? – perguntou Gemma quando o nosso grupo cansado parou diante da porta que tinha o número 13.
Ouvi suspiros atrás de mim enquanto colocava a chave na fechadura e abri a porta. Não houve necessariamente um choque quando o quarto foi revelado, mas a pobreza do lugar ficou cravada em cada uma de nós. Havia duas camas de casal, um único criado-mudo e só!
- Pelo menos temos um banheiro no quarto – eu disse, tentando ser um pouco otimista.
- Estou surpresa de o banheiro não estar dentro do quarto...do lado das camas – suspirou Ashley.
- Não temos nem uma mesa para comer ou jogar cartas – Gemma disse tristemente.
- Duh, é para isso que servem as camas e o chão – Ellie sussurrou, mas o seu jeito sarcástico e brincalhão sempre tirava um sorriso de nossos rostos, até em momentos como aquele.
Apesar da tempestade, conseguimos pedir uma pizza e depois que a janta, misturada com gargalhadas e brincadeiras, se acabou restou apenas quatros jovens garotas de dezessete anos sentadas e deitadas em uma surrada cama de casal.
- O que está passando em sua mente, Peggy? Está tão calada – Ellie perguntou enquanto alisava os cabelos loiros e crespos de Ashley que estava com a cabeça deitada em seu colo.
Mordi o lábio inferior e suspirei.
- Encontrei uma coisa no porão hoje e não sei do que pensar a respeito – respondi sinceramente, atraindo todos os olhares cansados sobre a cama.
- O que é? – perguntaram Gemma e Ashley ao mesmo tempo, enquanto que Ellie me atirava um olhar ansioso por mais respostas.
- Está bem. Está bem – acalmei-as e levantei-me. Assim que encontrei a minha mochila dentre quatro delas, pesquei um livro escuro e pesado. Voltei a sentar na cama e as minhas três amigas endireitaram-se em seus respectivos lugares e praticamente comiam o que eu tinha nas mãos com os olhos. – É um livro, mas não necessariamente um livro.
- Explique-se, mulher – Ellie murmurou, obviamente perguntando o que as outras queriam perguntar.
- Olhem – disse e abri o livro ao meio, onde acabou por revelar duas páginas amarelas com várias coisas escritas à mão. Folhei algumas páginas e revelei mais escrituras estranhas. – É um livro antigo, escrito por várias pessoas. – Fechei o livro e abri na primeira página, onde estava escrito à mão O Livro das Sombras de Mary Ann Delacroix. E bem no final da página estava a data 1403.
- É um livro de feitiços! – disse Gemma, quase pulando de seu lugar de tão animada.
- Eu sei – murmurei, franzindo o cenho. – É por isso que é tão estranho. O que um livro de feitiços de 1403 estava fazendo no meu porão?
Houve alguns segundos de silêncio até que Gemma arrancou o livro das minhas mãos e começou a folhar o livro das sombras em uma fascinação evidente.
- Vamos fazer um feitiço! – ela disse. – Vamos invocar alguma coisa.
- O quê?
- Você está maluca?
- Porque não? O que mais vamos fazer hoje à noite? – Ashley murmurou, pegando a atenção de todas. A sua voz havia saído abatida, como se ela não tivesse nada a perder. – Nós decidimos fazer essa pequena viagem para relaxar antes das finais da escola. Que diferença um feitiço irá fazer em nossas vidas?
Em um piscar de olhos estávamos todas sentadas no chão formando um círculo enquanto o livro encontrava-se aberto no meio de todas nós. A tempestade pareceu piorar, a chuva começou a bater violentamente contra a janela de nosso pequeno quarto. As luzes piscaram e se apagaram.
- Isso sim é um clima de fazer um feitiço – disse Ellie enquanto pegava o seu celular e então ativou o modo lanterna. – O livro é seu Peggy, você começa e nós seguiremos você com o encantamento.
O feitiço de invocação constava em apenas duas linhas em latim, e como eu estudava latim duas vezes por semana desde os cinco anos de idade, as palavras saíram facilmente de minha boca. Eu disse o verso sozinha três vezes, e logo depois as garotas pegaram o ritmo e juntas dissemos o verso dez vezes, assim somando em treze.
Se o arrepio que eu havia sentido mais cedo havia mexido comigo, o que me atravessou naquele momento abalou o meu espírito. Mal as palavras haviam saído da minha boca e eu sabia que aquilo era uma má ideia. A pior ideia que alguém poderia ter imaginado. O chão tremeu, literalmente tremeu, e o nosso círculo se ascendeu como o sol. Eu e minhas amigas gritamos e protegemos nossos rostos, mas logo um calor insuportável penetrou em meus ossos. A luz foi diminuindo de intensidade, mas enquanto isso...
- Você se atreve a invocar-me novamente, Delacroix? – uma voz profunda e horripilante encheu o quarto.
Então o vento começou. Quando enfim consegui abrir os olhos, encontrei um buraco que queimava diante de mim, enquanto uma sombra escura o preenchia. As minhas amigas estavam com seus olhos esbugalhados e suas bocas abertas de espanto em seus receptivos lugares enquanto seus cabelos voavam por causa do vento. A sombra era escura, tão escura que não conseguíamos distinguir de nada a sua aparência. Eu imaginava que assim como eu as minhas amigas estavam petrificadas e não podiam mexer um único músculo de seus corpos.
- Eu n-não... eu não s-sou... – tentei dizer, raciocinar, mas era difícil.
- Você é uma descendente dela, portanto é uma Delacroix. E como eu disse a ela na última vez em que fizemos um pacto, tenho que cumprir as minhas próprias palavras – sua voz saiu como uma lâmina afiada, pronta para atacar.
- Por favor, não. Eu não sabia. Nós não sabíamos! – gritei, agora um pouco mais confiante diante de uma ameaça sobrenatural.
- Quem brinca com bruxaria negra, é isso que se recebe. E como eu acabei de dizer, descendente de Mary Ann Delacroix, farei você sofrer.
Então, aconteceu. Como se o próprio Grim Reaper em pessoa houvesse adentrado em nosso quarto de hotel, uma lança afiada apareceu nas mãos da sombra e com um único golpe circular cortou a garganta de Ellie, Gemma e Ashley, minhas melhores amigas. Alguns pingos de sangue atingiram o meu rosto enquanto o horror atingiu-me diretamente em meu peito. Elas não tiveram tempo nem de gritar, apenas caíram de lado, mortas.
Minha garganta então começou a fechar e houve um bloqueio total para o ar passar para os meus pulmões. Eu não tinha asma ou nenhum problema desse tipo, mas logo ficou óbvio que isso não era uma enfermidade, mas sim uma consequência. Ele estava fazendo isso comigo. Não durei muito tempo, em questão de segundos eu também estava morta, mas ao contrário do destino de minhas amigas, o meu acabou por ser muito pior.
Atualmente...
Sou um fantasma, ou algo parecido com um fantasma, nem eu mesma sei. Apenas sei que estou presa no Hotel 21 para toda a eternidade. Eu, Peggy Sanders, acabei por tornar este hotel moribundo em uma tocha para acontecimentos sobrenaturais. Eu o tornei o próprio pesadelo. Estou presa nele enquanto vejo centenas de pessoas sofrerem por causa de minhas estúpidas decisões. Estou presa no passado, no presente e no futuro enquanto centenas de cenários diferentes se envolvem ao meu redor. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, inclusive aquela noite, em que minhas amigas queridas morreram por minha causa. O demônio tinha razão, ele estava me fazendo sofrer, mas eu sofria por algo que eu nem ao menos sabia o porquê.
Obrigado pelo aviso Mary Ann Delacroix. Muito obrigado por não ter arrancado aquela página do seu livro das sombras. Obrigado para minha própria família por não ter me contado que eu possuía sangue real de bruxas em minhas veias. Obrigado por me contarem tudo. Obrigado pela verdade que me deram para viver a minha vida... Só que não!